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quinta-feira, 8 de março de 2012

Enviados para a América Latina

No entanto, é graças a este esmero da ONU para atender os interesses do imperialismo que algumas informações importantes agora vêm à tona, principalmente para nós, latino-americanos.

Está aumentando a área de atuação destas firmas de mercenários na América Latina. Elas chegam a ser contratadas para fazer seu trabalho de intimidação e assassinato em cidades mineiras, em fronteiras, prisões e até a pretexto de ajuda humanitária. É a soberania dos países do continente descendo pelo ralo.


O caso mais crítico é o da Colômbia. São 25 empresas estrangeiras de "guardas de segurança", como gostam de dizer os senhores da guerra do USA, que é seu verdadeiro patrão – em dobradinha com a administração de Álvaro Uribe. São 800 mercenários atuando em território colombiano sob comando do imperialismo, ainda que de forma terceirizada, por assim dizer. Na Colômbia atua até mesmo um comando de mercenários israelenses, formado por ex-soldados do exército sionista.


Tudo sob o pretexto do combate à fabricação e ao tráfico de drogas, mas não apenas. Outra variante dos serviços prestados por mercenários estrangeiros na Colômbia é o trabalho de guarda-costas de empresas multinacionais de petróleo e mineração, às quais o governo Uribe vem entregando de mão beijada os recursos naturais que pertencem ao povo colombiano. Este tipo de atuação das firmas de mercenários também acontece no Peru e no Equador.


Um outro aspecto da presença destas firmas na América Latina diz respeito ao recrutamento que vêm fazendo entre os povos da região para atuação em outras partes do mundo. A maioria das companhias de mercenários - 80% - são ou ianques ou britânicas, mas grande parte dos seus contratados vêm de países pobres. Há três mil latino-americanos fazendo este trabalho sujo no Iraque, a maioria chilenos, peruanos, colombianos e hondurenhos. Só de colombianos, são 500.


A utilização de mercenários pelo imperialismo dá algumas vantagens aos países agressores. A primeira delas é que eventuais baixas entre estes assassinos de aluguel passam despercebidas pela chamada "opinião pública", evitando assim para as administrações beligerantes o contratempo dos clamores populares provocados pela morte de jovens recrutas das suas forças armadas.


Em segundo lugar, os países imperialistas não precisam responder pelos atos dos funcionários de "empresas de segurança". O USA vai além, e chega mesmo a garantir a total impunidade das companhias de assassinos que lhe prestam serviços no exterior.


Na Colômbia, por exemplo, os assassinos terceirizados por Uribe e pelos ianques têm imunidade diplomática, o que os exime do alcance das leis colombianas.


A ONU aprovou em 1989 a "Convenção Internacional contra o Recrutamento, a Utilização, o Financiamento e o Treinamento de Mercenários". O USA não está entre os 30 Estados que ratificaram o documento. Agora, instrumentalizada pelos poderosos, a própria ONU está prestes a legalizar as "corporações militares privadas". Uma vergonha que o povo deve tomar conhecimento e denunciar.

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